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Storyteller

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O sistema Storyteller foi criado em 1991, por Mark Hein Ragen, junto com o cenário “rpgístico” para o qual ele serviu como conjunto de regras: o Mundo das Trevas (The World of Darkness). O início se deu com o com o livro Vampiro: A Máscara (Vampire: The Masquerade), lançado pela editora estados unidense White-Wolf. O lançamento de Vampiro foi seguido por Lobisomem: O Apocalipse (Werewolf: The Apocalipse), Mago: A Ascensão (Mage: The Ascension), e vários outros, complementando o cenário do Mundo das Trevas e adicionando novos detalhes para o sistema Storyteller, que é o foco aqui, e é nele que iremos nos manter.

Capa da versão nacional de Vampiro: A Máscara

Em 1992, Vampiro: A Máscara ganhou o prêmio Origins Awards na categoria de Melhores Regras de RPG de 1991. O sistema Storyteller possui regras simples que utilizam apenas dados de 10 faces e priorizam a narrativa da história e a interpretação dos personagens. Esse é um ponto de extrema coerência das regras com a proposta do cenário para o qual elas foram criadas, pois regras muito complexas ou que priorizam o combate, não dariam muitas oportunidades para que o clima de horror fosse facilmente desenvolvido.

Como dito anteriormente, as regras são simples, baseando-se em uma relação entre: número de dados, dificuldades e sucessos obtidos. Simplificando em muito seria algo como: quanto mais seu personagem sabe fazer algo, maior seu número de dados; quanto mais difícil uma ação a ser realizada, maior a dificuldade (variando de 4 a 10) e, por fim, quanto mais sucessos, maior a maestria de execução da ação descrita.

O Mundo das Trevas: versão sombria da Terra contemporânea, criada para o sistema Storyteller

Mesmo tendo sido criado especificamente para o Mundo das Trevas, o sistema Storyteller é de fácil adaptação para outros cenários, porém, como suas regras possuem objetivo de valorizar a narrativa, os combates ficam prejudicados. Mesmo assim, a White-Wolf acabou lançando títulos como: Exalted, Orpheu, Trinity e Street Fighter: O Jogo de RPG (lançado no Brasil em 1999, pela editora Trama, atual Talismã), que utilizam esse sistema, mas que contaram com certas modificações para se adaptar ao cenário em questão, além de auxiliar na agilidade e coerência nos combates, também facilitando as narrativas de combates épicos (como no caso do Exalted).

Desde o lançamento do sistema, com o primeiro livro do cenário Mundo das Trevas, até 2004, ocorreram várias revisões, tornando-o mais interessante para seus respectivos títulos. Mesmo assim, como o cenário do qual ele faz parte chegou ao fim, o sistema também passou por transformações e acabou sendo substituído pelo Storytelling, que possui o antigo como base. Mesmo assim, o Storyteller continua sendo o preferido de muitos jogadores que se mantiveram fiéis e continuam utilizando-o em suas narrativas sombrias do “Velho Mundo das Trevas”.


Storytelling

Em 2004 os cenários d’O Mundo das Trevas tiveram seu fim, cada título tendo seu próprio desfecho apocalíptico. Junto com ele, foi-se o sistema Storyteller. Antes desses títulos finais serem lançados, uma grande quantidade de boatos surgiram a respeito de uma reformulação do cenário e, com isso, uma mudança no conjunto de regras. Chegaram até mesmo a dizer que White-Wolf optaria pelo sistema D20 nos novos títulos, o que causou muitas críticas por parte dos jogadores assíduos do Mundo das Trevas. Porém, não foi isso que aconteceu.

O Storyteller passou por transformações drásticas, o que resultou não só em uma mera revisão do sistema, mas sim na criação de um novo com base nele, mantendo a premissa do antigo: valorizar a narrativa e interpretação de personagens, o que é essencial para jogos sombrios, com a temática de horror. Foi também em 2004 que esse novo sistema, batizado como Storytelling, foi lançado através dos livros: O Mundo das Trevas (The World of Darkness) e Vampiro: O Requiem (Vampire: The Requiem), que chegaram ao Brasil em 2006, traduzidos pela editora Devir.

Exemplo de ficha para jogar Vampiro: O Requiem

O livro O Mundo das Trevas é basicamente um livro de regras, contendo um breve capítulo de descrição de cenário, reservando todo o resto para as regras do sistema. Esse é um ponto bastante positivo, já que no antigo cada título, que continha em média 300 páginas, acabava tendo quase metade de seu conteúdo ocupado com as regras, as mesmas regras que se via em outros livros, somando-se ainda as regras específicas daquele título. Agora, cada um deles diz respeito apenas ao tipo de criatura tratado, contribuindo para uma boa descrição do cenário e para um melhor esclarecimento das regras específicas.

Em síntese, o sistema Storytelling utiliza-se de dados de 10 faces como o antigo, mas a dinâmica mudou um pouco: quanto mais seu personagem sabe fazer algo, maior seu número de dados, o que é semelhante ao antigo; quanto mais complexa é a ação, maior o número de sucessos requeridos, (isso mesmo, a dificuldade não varia, é sempre 7). Mesmo com uma dinâmica semelhante, muita coisa mudou, especialmente nos combates, que ficaram mais ágeis.

Com a chegada do novo sistema, os outros títulos que ainda usavam o antigo também passaram por revisões, passando a utilizar variações do Storytelling. Assim Exalted e Trinity, que foram os títulos extras que se mantiveram, ganharam edições revisadas.

Bem, o sistema continua sendo simples, de fácil aplicação e criação de personagem. Um bom sistema para se inicar no RPG, mas por seus títulos tratarem de temática adulta, é aconselhado para os rpgistas iniciantes mais maduros.


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